terça-feira, 31 de julho de 2007

MuDantes...

O tempo lá fora esta mudando, ora um frio glacial, ora uma brisa refrescante, e dias quentes e quentes e quentes ficaram pra trás.
Engraçado, hoje eu conversava sobre filmes, mudanças, pessoas, e notei em conjunto com algumas almas também pensantes - a gente muda demais. Temos clima como o tempo, nublados ou ensolarados, chuvosos ou frescos demais, tempestades de idéias, maremotos de decepções e sonhos, furacões de mudanças em nós, em nós dos barcos parados no cais de nossos próprios portos, seguros ou não.
Essa insegurança crônica do talvez, esse redemoinho no estômago do tentar de novo, esse friozinho na espinha cada vez que um novo rumo se apresenta. Rumo ao desconhecido mais uma vez, querendo mudanças externas que indiquem transformação interior.
A gente pensa demais, e eu penso por mim e por todos que eu queria ser vez ou outra. E batalho com todos dentro de mim, com todas as que eu sou por segundos, por sonhos, por pensamentos e por atitudes repentinas, e luto pra continuar sendo exatamente isso aqui.
E segue a vida mudando, trazendo passados, mudando futuros, pintando quadros e escrevendo cenas em mim - e em nós, porque não?

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Voa pensamento, descreve em palavras?

Usar as palavras com eficiência nunca foi o meu forte. Eu sempre me esqueço de muitas quando falo, sempre me lembro demais de outras quando escrevo, e ai fica sempre parecendo que eu não tenho muita coisa a dizer, e que tenho apenas as mesmas coisas pra escrever. Uma confusão só.
O fato é que eu penso demais, e nem sempre tenho língua pra expressar. Nem sempre tenho forças pra dizer, paciência pra explicar, e coragem pra acreditar que minhas palavras seriam capazes de mudar alguma coisa.
As vezes me pego olhando de fora pra mim mesma, como quem observa uma cena da qual não participa. Eu tenho medo, é assim que eu vejo. Medo de que me conheçam, medo de que gostem de mim, medo de que não gostem, medo de que não me conheçam de verdade e apenas achem que sabem tudo de mim, outra confusão.
Eu acho que eu sou simples, embora possua tantas confusões. Meus objetivos e ideais são claros, eu sou bem “abertinha” não é difícil saber meus erros e acertos, vontades e decepções!
Faço questão de escrever e falar mesmo que ninguém me entenda, autoconhecimento, egocentrismo ou sei lá o que...
Eu escrevo pra tentar convencer ,quem quer que seja, que existe alguém que sabe de algumas coisas aqui, e que talvez valesse a pena, uma última vez deitar no meu colo e ouvir.Conseguir ouvir através da mágoa é algo além das forças de muitos seres humanos, talvez de mim também, mas saberemos num futuro, o que as palavras ditas quiseram dizer, e o que as não ditas disseram mais alto.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

O moço do tempo.

Eu queria contar novidades, e cantar vitórias. Tava querendo ser diferente e descobri que já sou. Muitos risos novos, muitas novas formas de sorrir, muitos rostos antigos presentes, muitos sonhos que são passado, um passado só - pra fazer rir e chorar.
Quanta coisa boa eu tenho pra dizer, quanto de dor eu já passei e vc não precisa passar. Mas eu sei que a vida cuida de todos, dos que choram e dos que fizeram chorar.
É tudo parte da mesma estrada, que tem linha, curva, cor e nada, que tem tudo e muito pouco, que te empurra pro buraco e depois te ajuda a levantar.
Pintar esta folha nas tuas mãos é sinal de mudança, e enquanto ela estiver neste preto e branco retrô envelhecido, nota-se que o tempo ainda não te alcançou de verdade, não te ensinou a olhar pra frente - empurrado por tudo o que ficou pra trás.
Hoje tá chovendo lá fora, e as gotas na minha janela me dizem que já chorei demais.
Se vc acha que esta sozinho, é agora que vai chegar lá, porque é vc que pode fazer diferente, é só vc, e assim, sozinho mesmo. Eu já tive que me ver sozinha, e vc nem sabe quantas coisas eu descobri.
Um dia vc vai rir disso tudo, e a gente - talvez juntos, saiba olhar noutra direção. E o moço do tempo, lá de cima, saberá cuidar da gente, separados ou não.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Corrida de nuvens, sinais do tempo - ou não!

Era um dia como outro qualquer.
Acordou cansada querendo continuar seus sonhos, e mesmo assim, abriu os olhos rapidamente. Sentia que o sol estava por trás de suas cortinas fechadas da fria madrugada. Lhe apresentaram um mundo que ela já conhecia, e sentiu-se íntima dos palcos, camarotes e camarins, luzes, sons, montagens, varas e bambolinas, extranhamente íntima dali. As nuvens corriam no céu, como se disputassem quem chegaria primeiro em algum lugar que lhe era desconhecido, e acompanhou a corrida da janela do ônibus, do trânsito de carros, do caos de pensamentos e sensações. Mas chegou ao seu destino, ela, porque as nuvens acabaram ficando pra trás - ou pra frente, longe dos seus olhos, que agora estavam presos no ofício.
E foi caindo o dia e chegando a lua, ainda que encoberta por muitas e muitas nuvens, muito provavelmente aquelas que venceram a corrida!
quando finalmente seus olhos estavam prontos pra descansar, reparou que sua mão direita estava mais leve do que o normal, riu de sí mesma, de tudo o que lhe pesava, de tudo o que amou, de tudo, exatamente tudo.
Num dia estranhamente normal, em que tudo parecia estar mais intenso, em que ela havia prestado mais atenção em tantas coisas...talvez tenha reparado finalmente em si.
E perdeu aquela aliança, sentindo perder com ela tudo o que ainda havia, do que nunca existiu.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Alguém que voa, com as asas que lhe dão.

O mundo e as suas voltas, ora longas, ora curtas demais. Você desacredita no poder do bater de asas da borboleta, com a mesma intensidade que acredita ser capaz de mudar algumas coisas. Sente medo de alguns lugares, mas não sabe a força que possuem seus sonhos. Eu falava sério, eu queria mesmo fazer diferente. Hoje , na chuva torrencial que banhou a cidade, perdi minhas intensidades quase todas, vi coisas demais por ângulos nunca observados e tudo porque fiquei solta demais. Sabe, quando a gente gosta a gente cuida , e cuida do que sentem por nós, cultiva o jardim, rega as flores. E me soltaram, como toda larva semi-borboleta eu aprendi a voar, e agora o céu está muito mais perto de mim, eu já posso sentir essa liberdade de voar sozinha. E aquelas asinhas que batiam timidamente outrora, hoje são belas e desenham furacões no céu.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Eu não desisto de mim

Tinha uma tela branca na minha frente e um teclado nas minhas mãos, e eu pensava demais.
Vim pra fazer escrito os meus pensamentos, vim dizer o que eu penso, traduzir o que sinto.
Eu minto.
Pra mim.
Eu queria cantar mais, e contar menos. Queria fugir mais e fingir menos, falar mais e sentir mais ainda. Eu queria demais.
Organizar os pensamentos em gavetas, com chave, e jogar as chaves numa bolsa qualquer. Vim falar de mim, lembrei.
Levo a vida torcendo pra que ela seja esquecida e me deixe achar que de fato estou no comando. Comando meus dias com horas a se cumprir, com coisas a fazer, e com muitas coisas pra esquecer. Me ocupo. Seja lá como for eu sei que é, e sendo assim – olha eu me perdendo de novo. É isso, eu me perco, me confundo, me mostro, quero ver e saber, me escondo, não sei onde fui. Ocupando lugares, pequenos espaços , grandes pessoas, nem sempre pra sempre, mas sempre de verdade e intensamente. Tenho medos estranhos, fomes, cegueiras e crises. Falo alto, dou risada de muitos jeitos e sofro só pra alguns.
Gosto das formiguinhas que vivem quietinhas e constantes no meio do caos. E mato todas as que aparecem na minha frente no meu apartamento, acho sacanagem. Confusa e intensa, em franquezas, em sonos, em sonhos, em pausas, em mudanças de idéia, em planos, em mudanças de novo, em amores, em amados, em futuros distantes, num passado presente, num instante e além.