Desejo primeiro que você ame, e que amando, também seja amado. E que se não for, seja breve em esquecer. E que esquecendo, não guarde mágoa. Desejo, pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem se desesperar.
Desejo também que tenha amigos que mesmo maus e inconseqüentes sejam corajosos e fiéis e que pelo menos em um deles você possa confiar sem duvidar. E porque a vida é assim desejo ainda que você tenha inimigos .Nem muitos, nem poucos mas na medida exata para que algumas vezes você se interpele a respeito de suas próprias certezas. E que entre eles haja pelo menos um que seja justo .
Desejo depois, que você seja útil mas não insubstituível, e que nos maus momentos quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé. D
esejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil. Mas com os que erram muito e irremediavelmente. E que fazendo bom uso dessa tolerância você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais. E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer. E que sendo velho, não se dedique ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor.
Desejo, por sinal, que você seja triste. Não o ano todo, mas apenas um dia. Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra com o máximo de urgência, acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes e que estão bem à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal, porque assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente, por menor que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro porque é preciso ser prático, e que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga:"Isso é meu" , só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por eles e por você. Mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim, que você sendo homem, tenha uma boa mulher e que sendo mulher, tenha um bom homem. Que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor pra recomeçar...
Victor Hugo
A moça descansa seu pensamento, apoiada em um sonho qualquer.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Talvez tudo, talvez nada.
"Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. Seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada"
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Viver é perigoso, é não!
"Tivesse medo? O medo da confusão das coisas, no mover desses futuros, que tudo é desordem. E, enquanto houver no mundo um vivente medroso, um menino tremor, todos perigam - o contagioso. Mas ninguém tem a licença de fazer medo nos outros, ninguém tenha. O maior direito que é meu - o que quero e sobrequero -: é que ninguém tem o direito de fazer medo em mim."
Guimarães Rosa
Guimarães Rosa
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Cantiga do Cego
Bom dia cego Benedito.
Bom dia, fio.
Cego Benedito, eu tô pensando em ir embora pra outras terras e queria saber se tu acha certo.
E que que tu que que eu responda fiô?
O que tu achar que é direito.
E é direito não deixar que se erre pra que se aprenda? E é direito deixar que se erre e se arrependa sem se aconselho? Eu não atino o que é direito por isso não respondo.
Mas eu quero teu conselho. Se fosse eu o que é que tu faria?
Perguntaria a um cego amigo o que fazer.
E o que este cego te responderia?
Exatamente o que acabei de responder, fiô..
Mas se tu ainda fosse eu e o cego respondesse exatamente o que acabou de responder?
Desistia de perguntar. E ai fio, eu pensava que realmente o que se quer saber não se pergunta. Arranca-se do seio da terra até sentir o cheiro. Se te agrada, fiô. Se te espanta vá. Mas não arranque essa cabeça do ombro pensando que assim vai ver mais alto. Não arrede essa perna do tronco pensando em chegar mais cedo, e não procure distante o que já tem do teu lado.
Oswaldo Montenegro
Bom dia, fio.
Cego Benedito, eu tô pensando em ir embora pra outras terras e queria saber se tu acha certo.
E que que tu que que eu responda fiô?
O que tu achar que é direito.
E é direito não deixar que se erre pra que se aprenda? E é direito deixar que se erre e se arrependa sem se aconselho? Eu não atino o que é direito por isso não respondo.
Mas eu quero teu conselho. Se fosse eu o que é que tu faria?
Perguntaria a um cego amigo o que fazer.
E o que este cego te responderia?
Exatamente o que acabei de responder, fiô..
Mas se tu ainda fosse eu e o cego respondesse exatamente o que acabou de responder?
Desistia de perguntar. E ai fio, eu pensava que realmente o que se quer saber não se pergunta. Arranca-se do seio da terra até sentir o cheiro. Se te agrada, fiô. Se te espanta vá. Mas não arranque essa cabeça do ombro pensando que assim vai ver mais alto. Não arrede essa perna do tronco pensando em chegar mais cedo, e não procure distante o que já tem do teu lado.
Oswaldo Montenegro
Resquícios de uma noite...
Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
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sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Simples assim.
Por mais estranhas que sejam minhas atitudes
Não tente adivinhar o que eu penso.
Por mais que pareça que eu faço de propósito, acredite: faz parte da minha natureza passar por cima das dores, dos problemas, das coisas ruins.
Não ache isso, ou aquilo. Tem dúvidas? Me pergunte, eu serei completamente sincera, mesmo que isso me envergonhe.
Se quer saber onde eu vou, venha andar comigo. Me seguir não é muito indicado.
Há muito espaço no meu coração, embora ele pareça pequeno. Minha memória não é curta, eu lembro de tudo, de bom e de ruim, mas é seletiva...eu revivo só o que me interessa.
Eu posso ter vivido em função de uma coisa muito tempo, o que não significa que isso vá acontecer pra sempre.
O que passou, passou. E se alguma tristeza insistir em chegar, eu vou me encarregar de contar a ela este fato.
Eu sonho, e mudo de planos quantas vezes achar necessário. Eu sei onde quero chegar, e gosto de ver todos os caminhos possíveis para isso.
Não defina minhas ações, não me aceite se não quiser, me entenda se puder, e me respeite. Eu farei exatamente o mesmo por você.
Eu sou simpática mesmo, de graça e com qualquer um. E não gosto de muita gente, sem motivo, mas adoro perceber e mudar.
Você vai me ver cometer muitos erros, chorar e me arrepender.
Você vai me ver dar muita risada também.
Vou dar presentes inesperados, fazer ligações sem sentido, mandar mensagens bobas e emails divertidos.
E por mais que eu saiba que não, vou esperar de você as mesmas atitudes.
E vai me doer sempre ver que não é bem assim.
E eu vou te dizer que doeu, se vc perguntar. Vou ficar irritada se vc achar que eu não deveria sentir assim.
E vou te tratar muito bem depois disso.
Por aqui as coisas vem e vão.
E eu deixo ser, simples assim.
Não tente adivinhar o que eu penso.
Por mais que pareça que eu faço de propósito, acredite: faz parte da minha natureza passar por cima das dores, dos problemas, das coisas ruins.
Não ache isso, ou aquilo. Tem dúvidas? Me pergunte, eu serei completamente sincera, mesmo que isso me envergonhe.
Se quer saber onde eu vou, venha andar comigo. Me seguir não é muito indicado.
Há muito espaço no meu coração, embora ele pareça pequeno. Minha memória não é curta, eu lembro de tudo, de bom e de ruim, mas é seletiva...eu revivo só o que me interessa.
Eu posso ter vivido em função de uma coisa muito tempo, o que não significa que isso vá acontecer pra sempre.
O que passou, passou. E se alguma tristeza insistir em chegar, eu vou me encarregar de contar a ela este fato.
Eu sonho, e mudo de planos quantas vezes achar necessário. Eu sei onde quero chegar, e gosto de ver todos os caminhos possíveis para isso.
Não defina minhas ações, não me aceite se não quiser, me entenda se puder, e me respeite. Eu farei exatamente o mesmo por você.
Eu sou simpática mesmo, de graça e com qualquer um. E não gosto de muita gente, sem motivo, mas adoro perceber e mudar.
Você vai me ver cometer muitos erros, chorar e me arrepender.
Você vai me ver dar muita risada também.
Vou dar presentes inesperados, fazer ligações sem sentido, mandar mensagens bobas e emails divertidos.
E por mais que eu saiba que não, vou esperar de você as mesmas atitudes.
E vai me doer sempre ver que não é bem assim.
E eu vou te dizer que doeu, se vc perguntar. Vou ficar irritada se vc achar que eu não deveria sentir assim.
E vou te tratar muito bem depois disso.
Por aqui as coisas vem e vão.
E eu deixo ser, simples assim.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
E de agora em diante
E de agora em diante teria sido decretado o amor sem problemas
E seriam vítimas os olhos, e as almas vagariam sem medo
E de agora em diante seria pra sempre o que pra sempre acabara
E seria tão puro o desejo dos homens, que Dionisio enlaçaria a virgem com braços enternecidos
E aplaudiríamos, calmos e frenéticos como um são Francisco febril
E de agora em diante pra trás não haveria
Não mais a virtude dos fortes, mas o mérito dos suaves
O homem feminino e a mulher guerreira
O amor comunitário, sem ciúmes.
Dariam as mãos as moças que amo e brincariam de roda em volta de minha preferida
E um artesão criança esculpiria flores nos cabelos e um sorriso sincero no rosto
E de agora em diante Ghandi tava vivo pra sempre
E Jesus era hippie, Beethoven era roqueiro e Lenon era como nós
E se não desse certo, de agora em diante, ao menos teríamos tentando
Oswaldo Montenegro
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Aos filhos dos Hippies,
Oswaldo Montenegro
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Inspiração
"Ela está no sonho dos insones e dos distraídos. Não adianta querer tocá-la: é uma nota musical solta pelo ar que roubou o cheiro da fruta do alto. Ela é dona do cinema da esquina, acende as luzes do teatro, protagoniza a capa da revista, derruba copos na cozinha. Sua glória é sentimento e fusão de renúncia e apego. Além do que, ela é pura intimidade com a batalha. Luta pelo sonho, pelo sono, pelo encontro, pelo espanto e pelo encanto. Ela é digna de sucesso e caminha pela contramão. É indiscreta a ponto de esconder as emoções, mas grita para ter certeza da vida que vive. Ela é uma realidade bem inventada e uma história mal contada. Ela é mais que isso. Ela é Simone de Beauvoir, Leila Diniz, Joana D’arc, Clarice Lispector e Marylin Monroe. Ela é ontem e amanhã, a saudade do que não foi: A força e a beleza do céu. Toda mulher é um tanto indireta, um tanto incerta, um tanto imperfeita. Ao mesmo tempo, toda mulher é um tanto pureza, um tanto certeza, um tanto imprevisão. Ela é a procura por seu vôo, pelo segredo mantido, pelo passo a passo. Pela vida distraída, bem vivida, construída, ou qualquer coisa que o valha, a construo em imaginação. Ela é um tanto de encanto e um tanto de aflição..."
Texto : Re Losso
Texto : Re Losso
terça-feira, 25 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Encantos
"Um fotógrafo-artista me disse outra vez: Veja que pingo de sol no couro de um lagarto é para nós mais importante do que o sol inteiro no corpo do mar. Falou mais: que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. Assim um passarinho nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que a Cordilheira dos Andes. Que um osso é mais importante para o cachorro do que uma pedra de diamante. E um dente de macaco da era terciária é mais importante para arqueólogos do que a Torre Eifel. (Veja que só um dente de macaco!) Que uma boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança é mais importante que o Empire State Building. Que o cu de uma formiga é mais importante para o poeta do que uma Usina Nuclear. Sem precisar medir o ânus da formiga. Que o canto das águas e das rãs nas pedras é mais importante para os músicos que os ruídos dos motores da Fórmula 1. Há um desagero em mim de aceitar essas medidas. Porém não sei se isso é um defeito do olho ou da razão. Se é defeito da alma ou do corpo..."
Manoel de Barros
Inspirado pelo post de Danê no twitter...!
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
2º - Conto de fadas para mulheres do séc. 21
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: - Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: - Nem fo....den...do!
FIM!!!
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Conto de fadas para mulheres do séc. 21
Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu: NÃO!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.
FIM!!!
(Luís Fernando Veríssimo)
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu: NÃO!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.
FIM!!!
(Luís Fernando Veríssimo)
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
De volta
domingo, 2 de agosto de 2009
*Proteção*
"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.
Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, Deus meu em quem confio.
Porque ele me livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa.
Ele me cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas esatrei seguro; a sua verdade é escudo e broquel.
Não temerei terror noturno, nem seta que voa de dia,
Nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assola ao meio-dia.
Mil cairão ao meu lado, e dez mil à minha direita, mas eu não serei atingido.
Somente com os meus olhos contemplarei, e verei a recompensa dos ímpios.
Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fiz a minha habitação.
Nenhum mal me sucederá, nem praga alguma chegará à minha tenda.
Porque aos seus anjos dará ordem a meu respeito, para me guardarem em todos os meus caminhos.
Eles me sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o meu pé em pedra.
Pisarei o leão e a àspide; calcarei aos pés o filho do leão e a serpente.
Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome.
Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei.
Dar-lhe-ei abundância de dias, e lhe mostrarei a minha salvação."
Salmo 91
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Essa boneca tem manual
Ela só me faz um cafuné, e depois me olha com vontade. Sua casa é azul e verde, cercada de grandes árvores.
Nos segredos dela se aposta viu? Nos cabelos dela não se toca ouviu? Eles são de nuven ou bombril? Eles são ousados ou só seus?
Essa boneca tem manual?
Mas é que ela mora na janela, junto ao seu gato e um mistério. Desenha um rabisco no caderno, Espia um belo eterno?
Que será que ela vê naquela TV feita de pau amarelo? Viaja estudando o espaço, no seu vestidinho de morango?
Na insistência da imaginação, pobre coração, pobre coração, tum tum tum tum ...Démarrer démarrer démarredeci
Essa boneca tem manual?
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Mestre Chico...
ELE
Quem me dera ficar meu amor, de uma vez
Mas escuta o que dizem as ondas do mar
Se eu me deixo amarrar por um mês
Na amada de um porto
Noutro porto outra amada é capaz
De outro amor amarrar, ah
Minha vida, querida, não é nenhum mar de rosas
Chora não, vou voltar
ELA
Quem me dera amarrar meu amor quase um mês
Mas escuta o que dizem as pedras do cais
Se eu deixasse juntar de uma vez meus amores num porto
Transbordava a baía com todas as forças navais
Minha vida, querido, não é nenhum mar de rosas
Volta não, segue em paz
Quem me dera ficar meu amor, de uma vez
Mas escuta o que dizem as ondas do mar
Se eu me deixo amarrar por um mês
Na amada de um porto
Noutro porto outra amada é capaz
De outro amor amarrar, ah
Minha vida, querida, não é nenhum mar de rosas
Chora não, vou voltar
ELA
Quem me dera amarrar meu amor quase um mês
Mas escuta o que dizem as pedras do cais
Se eu deixasse juntar de uma vez meus amores num porto
Transbordava a baía com todas as forças navais
Minha vida, querido, não é nenhum mar de rosas
Volta não, segue em paz
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Essa Moça Tá diferente.
Essa moça tá diferente, já não me conhece mais
Está pra lá de pra frente, está me passando pra trás
Essa moça tá decidida a se supermodernizar. Ela só samba escondida que é pra ninguém reparar.
Eu cultivo rosas e rimas achando que é muito bom, Ela me olha de cima e vai desinventar o som.
Faço-lhe um concerto de flauta e não lhe desperto emoção. Ela quer ver o astronauta descer na televisão
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz mas o que é que tem
Que ela só me guarda despeito , que ela só me guarda desdém
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz mas o que é que temS
e do lado esquerdo do peito, no fundo, ela ainda me quer bem
Essa moça é a tal da janela, que eu me cansei de cantar
Essa moça é a tal da janela, que eu me cansei de cantar
E agora está só na dela, botando só pra quebrar
(Foto - Anúncio no metrô de Londres)
terça-feira, 28 de julho de 2009
Noturno
"Pelo amor de Deus, só me abandone de noite. Se quiser viajar sem mim, se ficar louca por outra pessoa, ou até se quiser visitar sua família e não me levar, vai de noite.
Nunca, mas nunca mesmo, me deixe de dia.
Não vá me expor aos camelôs gritando, ao sol a pino, à modernidade clara. Fique comigo mesmo sem querer, só até às seis da tarde. Não me deixe sozinho com mulheres gordas no supermercado, os senadores atrasados, as lanchonetes rapidinhas.
Agora, de noite pode ir.
Eu e os meus fantasmas, apesar de saudosos,sobreviveremos à sua falta.
Noturnos.
Assim seja."
-------------
Oswaldo Montenegro
segunda-feira, 27 de julho de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Salvar o mundo
Abre um vinho e vamos...vamos salvar o mundo.
Começando por aquela estrela , começando por esquentar o edredon e observar a lua e aquela estrela...
começando por deixar que a lua nos observe, e que o edredon esquente, e que o vinho acabe...e que cada dia seja mais um.
Se pra sempre é muito tempo,vamos ser felizes ...Pra quase sempre! e deixar o sorriso de impulso pra cada momento que antecede o ´plenamente felizes neste instante´.
Começando por aquela estrela , começando por esquentar o edredon e observar a lua e aquela estrela...
começando por deixar que a lua nos observe, e que o edredon esquente, e que o vinho acabe...e que cada dia seja mais um.
Se pra sempre é muito tempo,vamos ser felizes ...Pra quase sempre! e deixar o sorriso de impulso pra cada momento que antecede o ´plenamente felizes neste instante´.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Reabilitação
Adormeci com o livro, minha cia de cama. Minhas mãos cheiravam erva-cidreira e meus sonhos vieram, mesmo sem a minha vontade. O médico deu notícias sobre o perfeito estado do meu coração. Fiquei certa de que ele falava do aspecto físico, esses médicos tem sorte não ver todas as coisas do coração.
Visitei uma amiga, falei bobagens e esqueci...acordei feliz!
é muito renovador andar sozinha na rua!!!!
Deixo vocês com um trecho:
"[...] Havia lágrimas cristalizadas no rosto da roubadora de livros.
se quiser venha comigo. Vou lhe contar uma história, vou lhe mostrar uma coisa."
Visitei uma amiga, falei bobagens e esqueci...acordei feliz!
é muito renovador andar sozinha na rua!!!!
Deixo vocês com um trecho:
"[...] Havia lágrimas cristalizadas no rosto da roubadora de livros.
se quiser venha comigo. Vou lhe contar uma história, vou lhe mostrar uma coisa."
quarta-feira, 22 de julho de 2009
(...)
Entre os lados da parede que limitam minhas reticências, sobram milhões de pontuações e palavras não ditas. Sobra espaço, sobra tanta falta.
Não há despedida.
Não existe meio de descobrir qual o verdadeiro nome do vazio.
Avaliações feitas sob todos os pontos de vista, conversas inventadas , começo, meio e fim.
Fim.
Não existe saída, não existe explicação, não existe meio de concertar nada entre tantas coisas.
Que seja bem vinda a coragem de largar esse excesso de planos e sonhos, e essa falta de concretizações , que é o resumo de todo esse tempo.
...que se fechem enfim, os parênteses dessa história.
Eu vou indo, e que todos os bons ventos nos guiem, cada um para o seu lugar.
#(Foto - porta do banheiro feminino / Bailinho SP - Casa das Caldeiras)#
terça-feira, 21 de julho de 2009
Do baú...
Aonde quer que eu voe : segue a chance, a única, sempre a última chance - de fazer o que sente, de não deixar passar, de querer que a vida mostre o que tem que ficar...e ela mostra! E perdem-se os sinais, caso não sejam notados a tempo, mas ficam os motivos.O rádio dizia coisas que faziam sentido.
E resta mais essa chance, de hoje, de amanhã...de nunca e sempre.
eu vou indo, e quem quiser, tá convidado:Vem andar comigo...!
E resta mais essa chance, de hoje, de amanhã...de nunca e sempre.
eu vou indo, e quem quiser, tá convidado:Vem andar comigo...!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Outros talentos
Queria fazer isso aqui funcionar mais, e como meu talento para escritora é bem restrito, as vezes vou usar outras fontes! Como essa, abaixo:
"Não, a vida não me desapontou! Pelo contrário, todos os anos a acho melhor, mais desejável, mais misteriosa... desde o dia em que vejo a mim a grande libertadora, a ideia de que a vida podia ser experiência para aqueles que procuram saber, e não dever, fatalidade, duplicidade!... Quanto ao próprio conhecimento, seja ele para outros aquilo que quiser, um leito de repouso, ou o caminho para um leito de repouso, ou distracção ou vagabundagem, para mim é um mundo de perigos, é um universo de vitórias onde os sentimentos heróicos têm a sua sala de baile. «A vida é um meio de conhecimento»; quando se tem este princípio no coração, pode viver-se não somente corajoso mas feliz, pode-se rir alegremente! E quem, de resto, se ouvirá, portanto, a bem rir e a bem viver se não for primeiramente capaz de vencer e de guerrear? "
Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"
Foto: Lustre de um pub qualquer, Londres - junho de 2009.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Pontuando
eu sou aquele tipo de pessoa que prefere chinelo a salto, e andar descalço a chinelo.aquele tipo que não bebe cerveja, mas chama todo mundo pra tomar.que da risada de tudo, e chora por coisas que muita gente não choraria.que se diverte com pouco, mas adora um paparico.aquele tipo que ja pensou muito pra se entender e que agora, explica.aquele tipo de pessoa que gosta de muita gente de graça, e não gosta de muita gente de graça também, e que acha que o fato de gostar ou nãod e alguém , é problema da pessoa...e não meu!Eu sou aquele tipo que da presente sem motivo, e adora um carinho inesperado.eu sou do tipo que prefere o ar ao ninho.o mar, a areia...eu sou do tipo que chama de balada jogar sinuca ou ficar bebendo no buteco, e que adora ficar com os amigos jogados no sofá, vendo qualquer coisa ou falando de qualquer coisa, ou fazendo nada mesmo.eu sou do tipo que conhece o mundo, e sabe quem quer por perto.do tipo que quer morar sozinha, mas comendo comida da avó.do tipo que acha que o melhor lugar do mundo é um certo abraço.Eu sou daquele tipo "pau pra toda obra".Flexível, sincera, ciumenta.Eu sou do tipo que gosta de um chamego, e de um beijinho na nuca.eu acho legal usar um monte de expressões estranhas.eu digo: vamo recuperar time.eu sou do tipo de pessoa que sente saudade, muitas, e que ama mais ainda.e que gosta de passar creme antes de dormir, e não quando sai do banho.eu sou do tipo de pessoa que não sai muito durante a semana, pq fica acabada no dia seguinte.e aquele tipo que odeia dizer não pros amigos.eu sou do tipo que paga a conta, e que não liga. eu sou do tipo que vc ganha se abrir a porta do carro, mas ganha se der um beijo inesperado também.Aquele tipo de pessoa que não tem manual, mas tem uma vontade incrível de fazer dar tudo certo.eu sou do tipo de pessoa que fica brava do nada, e que faz o possível pra disfarçar.que balança o pé quando esta sentada.que prende sempre o cabelo em coque assim que senta na cadeira do teatro ou do cinema.que usa saia curta com bota, e acha legal.que coloca um brinco só, que usa anel no meio dos dedos, que tem uma tatuagem com a irmã gêmea e adora all star.aquele tipo de pessoa que divide até chiclete.e o tipo de pessoa consumista, que adora farmácia, papelaria e brechó.eu sou do tipo que gosta de bala de mel, nutella e aquela balinha com chiclete, a original.A minha caipirinha é forte, mas com muito açucar.
e o resto...é um pote de doce de leite, com colher dentro.
e o resto...é um pote de doce de leite, com colher dentro.
sexta-feira, 27 de março de 2009
A dor fala mais que a alegria
Causa uma pontada no peito, um emaranhado de fios em pensamentos numa cabeça cheia de planos.
Um arrepio repentino por um cheiro no ar, por um tom em música, um tom em cor, uma flor caída em sua frente - caída do topo de um lugar qualquer.
Aperta e traz as lágrimas ou a falta delas, transforma o que não tem em prosa e verso , letras e notas, coisas (in)fundadas e profundamente plantadas no seio esquerdo de uma batida contínua e só.
Recolhe do que a falta faz e joga pro alto, como folhas secas, como água e chuva, e rega o que há pra regar. E planta novos sonhos em desculpas inventadas.
A dor conta ao telefone o que sente, chora no chuveiro e nega. A dor transforma gente que sofre em poeta, e diz que é bonito sentir assim. Que o amor sofre mesmo e ai de quem disser que não.
A dor tem inveja de não ser alegre, porque alegria traz cor pra tela, pra unha, pro cabelo.
Ela enfeita o que a dor deixou de lado, faz as rugas do sorriso no rosto espantar as lágrimas um pouco mais pra lá. A alegria é mais descarada e mais fácil de mostrar.
A dor queria dizer que gosta da alegria, mas acha mais legal ter no geral o que falar.
Quer poder chorar as mágoas em livros, consagrar autores de auto-ajuda, remédios de tarja preta e afins.
A Alegria da risada disso, e sabe que é mais gostoso rir de tudo, e saber que a vida tem dor pra caramba, mas tudo passa, simples assim.
A dor e a alegria falam línguas diferentes e a gente vez ou outra sente uma aqui a outra ali.
Um arrepio repentino por um cheiro no ar, por um tom em música, um tom em cor, uma flor caída em sua frente - caída do topo de um lugar qualquer.
Aperta e traz as lágrimas ou a falta delas, transforma o que não tem em prosa e verso , letras e notas, coisas (in)fundadas e profundamente plantadas no seio esquerdo de uma batida contínua e só.
Recolhe do que a falta faz e joga pro alto, como folhas secas, como água e chuva, e rega o que há pra regar. E planta novos sonhos em desculpas inventadas.
A dor conta ao telefone o que sente, chora no chuveiro e nega. A dor transforma gente que sofre em poeta, e diz que é bonito sentir assim. Que o amor sofre mesmo e ai de quem disser que não.
A dor tem inveja de não ser alegre, porque alegria traz cor pra tela, pra unha, pro cabelo.
Ela enfeita o que a dor deixou de lado, faz as rugas do sorriso no rosto espantar as lágrimas um pouco mais pra lá. A alegria é mais descarada e mais fácil de mostrar.
A dor queria dizer que gosta da alegria, mas acha mais legal ter no geral o que falar.
Quer poder chorar as mágoas em livros, consagrar autores de auto-ajuda, remédios de tarja preta e afins.
A Alegria da risada disso, e sabe que é mais gostoso rir de tudo, e saber que a vida tem dor pra caramba, mas tudo passa, simples assim.
A dor e a alegria falam línguas diferentes e a gente vez ou outra sente uma aqui a outra ali.
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